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Diferentemente do antecessor, o prefeito Eduardo Paes centraliza a relação com a Câmara de Vereadores e evita negociações com grupos separados. Ele elenca as pautas e já estabelece o que cabe a cada parte. Com isso, mata na raiz movimentos perigosos como aqueles que ameaçaram de impeachment Marcelo Crivella. Apesar de mais duro na forma, Paes não adota o estilo truculento com base no ódio, característica da extrema direita. Mais um fato favorece esta prática: o resultado da eleição municipal, quando a população sinalizou pelo diálogo e não radicalismo. O único partido que descarta qualquer cooptação é o PSOL. E dali virá a oposição mais frontal. A oposição já fez o primeiro movimento ao considerar estratégico estar presente na Comissão de Educação. Ali se joga num espaço importante de análise de projetos de lei, proposição de políticas públicas, fiscalização do executivo, promoção de audiências e inspeções. A comissão é escolhida pelos votos dos vereadores eleitos. O nome do professor Tarcísio Motta para a presidência é o mais cotado.
OUTRO DESAFIO
Já o diálogo com políticos aliados do ex-prefeito – ou que um dia já foram próximos a ele -, a conversa é mais difícil. Mas não é impossível. Ex-secretário de Crivella, Paulo Messina, atualmente sem mandato, é um que discorda do que está sendo posto por Paes. “A Prefeitura dizendo que não tem dinheiro para folha é terrorismo puro. O caixa virou com mais de R$ 250 milhões em Fundeb, R$ 150 milhões em fontes SUS, fora fonte 100, royalties (previdência) e mais R$ 400 milhões que virão com o ISS do 3° dia útil. Tem dinheiro de sobra pra folha”, diz ele. Mesmo assim, com posicionamentos democráticos, e dentro do jogo, ainda não passam perto da política do ódio que tanto mal tem feito ao país.