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Há risco de temporal no Rio? Por que tem chovido menos na cidade do que em São Paulo?

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FILE PHOTO: General view as lightning strikes over Sao Paulo and part of the city of Sao Bernardo, Brazil January 26, 2019. REUTERS/Amanda Perobelli/File Photo

Num dia em que a cidade do Rio bateu o recorde do ano de sensação térmica mais alta, de 53,3 graus às 8h35 desta quinta-feira, em Guaratiba, na Zona Oeste, a chuva era esperada só para o fim do dia. No entanto, no início desta tarde, já há registro em alguns bairros, como no Centro e em Laranjeiras, na Zona Sul. As típicas chuvas da estação enfim voltaram a aparecer, e devem seguir até, pelo menos, o domingo. Em nada têm ligação com os temporais que assolam São Paulo desde o início desta semana.

No verão, que começou em 22 de dezembro, a umidade do ar combinada com a massa de ar quente e seco, como a que está sobre a cidade desde segunda-feira, é que resulta nas chuvas, em geral, no fim do dia. A umidade seguia baixa no município, não permitindo nem mesmo pancadas rápidas e isoladas, explica o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Thiago Sousa:

  São Paulo está com muito mais umidade disponível nesses últimos dias do que estava aqui no Rio de Janeiro. Por isso que, com tanta oferta de umidade, as nuvens de umidade se formam, mas o calor é igual tanto lá como aqui, por conta dessa massa de ar quente e seco. Só que lá está com muito mais disponibilidade de umidade. Então, para a nuvem crescer, se desenvolver e formar nuvem de tempestade, precisa de umidade, e como lá, essa semana, estava com muito mais disponibilidade, ocorreu consequentemente de forma, também isoladas, mas mais intensas, e ainda assim, típico da estação.

 

Segundo previsão do Inmet para esta quinta, há formação de muitas nuvens e pancadas de chuva isoladas prevista para esta tarde. A maior concentração deve ocorrer nas zonas Norte e Oeste. O calor ainda segue, com máxima prevista de 37 graus.

A variação de umidade, bem como de períodos mais quentes e outros com temperaturas um pouco mais baixas, em decorrência da influência de sistemas meteorológicos, é comum no verão. Entre sexta-feira e sábado, a passagem de um cavado   uma região alongada de relativa pressão atmosférica baixa — vai proporcionar o aumento de umidade, deixando o tempo mais fechado e, consequentemente, mais abafado, mesmo com o declínio da temperatura.

  A passagem desse cavado vai trazer, entre São Paulo e Rio de Janeiro, esse canal de umidade, deixando o tempo mais fechado e mais abafado. Isso também vai formar essas chuvas em forma de pancada. Consequentemente, com temperaturas mais amenas, que voltam a subir no domingo — diz o meteorologista.

Para a capital, no momento, não é previsto temporal. A passagem do cavado, no entanto, a partir de amanhã, pode provocar chuvas mais fortes em áreas do estado mais afastadas do litoral, salienta Sousa:

  A chuva tem a perspectiva de ter um maior acumulado no centro-sul do estado, como Resende, na Região Serrana e na divisa de Minas Gerais, que podem entrar em alerta. Isto entre a tarde e a noite de sexta-feira se estendendo até a manhã de sábado. No domingo, esse cavado já passa e o tempo melhora pela manhã. À tarde, a temperatura volta a subir, e ocorre a chance de chuva em forma de pancada, típica do verão. Como até lá vai canalizar a umidade e o tempo fica mais fechado, terá a sensação de abafamento, e a sensação térmica pode estar mais elevada. Isso dá uma sensação de estufa.

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