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Eleições no Vasco: para onde vão os votos que eram de Eurico Miranda

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Depois de quatro décadas, o Vasco se prepara para a primeira eleição sem a presença de Eurico Miranda, falecido em março de 2019. Quem milita na política vascaína e faz contas sabe que o destino dos 1.683 votos que a chapa encabeçada pelo ex-mandatário recebeu em 2017 — na última vez em que ele concorreu na Assembleia Geral —, pode ser determinante para a escolha do novo presidente, em 7 de novembro. A direção tomada pela sua legião de órfãos políticos, entretanto, ainda é incerta.

A ausência de Eurico em um pleito em São Januário tem um efeito dispersivo: o ex-dirigente gerava duas grandes aglomerações, uma de aliados, outra de opositores. Até agora, o clube tem oito candidatos à presidência, ao menos oficialmente. Até sábado, eram nove, mas Luis Manuel Fernandes saiu da corrida. Ainda que esse número vá cair para quatro ou cinco nomes até o dia da eleição — acredita-se —, o inchaço é simbólico. Sem o (des)afeto em comum, cada retalho da colcha foi para um lado diferente da Colina.

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Fragmentados, os eleitores de Eurico Miranda buscaram caminhos diferentes na política do Vasco. Parte deles foi incorporada pela gestão de Alexandre Campello, seja como funcionários do clube, seja na diretoria não-remunerada. O dirigente tenta a reeleição e, apesar de ainda enfrentar alguma rejeição entre torcedores em geral, dentro do quadro social, onde os euriquistas são numerosos, ele pode crescer. Se conseguir o apoio dos beneméritos, fica ainda mais forte. Silvio Godoi, presidente do Conselho de Beneméritos, tenta manter o grupo coeso.

   Entre nós ainda existe um senso de união, por sermos nomes mais tradicionais do clube. Mas a verdade é que está tudo muito pulverizado. Tem benemérito que veio me falar que ficou sem rumo depois que o Eurico morreu. Mas quando nos mobilizamos, chuto que podemos puxar 500 votos. Isso faz diferença numa eleição — afirmou.

Diáspora Brantista

Godoi ressaltou que eles ainda não decidiram por um candidato. O mesmo vale para o “Fuzarca”, outro grupo que, em outros tempos, teria o voto certo em Eurico. O mais provável é o apoio a Luiz Roberto Leven Siano, mas Rafael Landa não descarta candidatura própria de seu grupo. Seguiria assim a tendência de seu ex-aliado de “Casaca”, Sérgio Frias, que optou por se lançar para garantir que houvesse na eleição um candidato com um requisito que ele considera fundamental: ter feito parte das gestões passadas de Eurico Miranda. Como Luis Manuel Fernandes escolheu compor com Leven Siano, Frias decidiu ele mesmo preencher a lacuna.

— Acredito que exista uma inadimplência grande dessa turma que votava no Eurico. Outros que estão adimplentes, mas não vão votar — afirmou Frias: — Não dá para pensar nesse número de 2017.

Frias tenta ser essa alternativa ao sócio euriquista. Silvio Godoi não acredita nisso, assim como não vê Jorge Salgado, candidato da “Mais Vasco”, como alguém que possa herdar a preferência desse associado. Eurico Brandão, filho de Eurico Miranda, discorda, apesar de achar que a estratégia de Salgado, de atribuir para si a contratação de Bebeto, no fim da década de 1980, possa irritar os saudosos do dirigente falecido — grupo no qual ele se inclui.

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O que parece unânime entre os euriquistas é que, dos candidatos que se lançaram até aqui, Julio Brant, que derrotou Eurico Miranda na Assembleia Geral de 2017, é o menos propício a receber o apoio que já foi do ex-presidente. Tampouco, segundo eles, deve alcançar os mesmos 1.933 votos de 2017, quando polarizou os sócios de oposição.

A estratégia política de Brant este ano visa nova polarização, com Campello no papel que foi de Eurico Miranda três anos atrás. Mas grupos que o apoiavam na ocasião agora estão com Leven Siano e Jorge Salgado.

A questão não é para onde vão os votos do Eurico, mas sim como ficaram os votos do Brant — acredita Euriquinho.

Em campo, o Vasco tem um duro desafio neste domingo: enfrenta o líder, Atlético-MG, às 20h30, no Mineirão. O time de Ramon Menezes está em quinto, com 18 pontos.

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