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Vereador Zico Bacana recebe alta após ser baleado e diz que foi vítima de tentativa de homicídio

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Após ter alta do Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, o vereador e candidato à reeleição Zico Bacana (Podemos) afirmou nesta terça-feira que foi vítima de uma tentativa de homicídio na noite anterior. O parlamentar participou durante a tarde de segunda de uma partida de futebol em Ricardo de Albuquerque, bairro vizinho, e estava num bar no momento em que teria acontecido o ataque, ficando ferido de raspão na cabeça.

O vereador passou a madrugada na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, prestando depoimento e na saída falou com a equipe do Bom Dia Rio, da TV Globo, sobre a ação. Segundo o candidato, ele não vinha sofrendo ameaças de vida, mas acredita que foi uma tentativa de homicídio. Zico Bacana ainda disse que tudo aconteceu muito rápido e não viu de onde partiram os disparos.

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Eu só queria deixar bem claro, o parlamentar não pode ficar passando por isso, o parlamentar é para o povo, é para ajudar a população. Em momento algum, ele pensa que isso vai acontecer com ele porque ele quer o bem da população e faz o seu melhor. E infelizmente isso tá acontecendo com vários outros políticos durante esses meses aí – lamentou.

Segundo testemunhas, os bandidos chegaram às 20h em dois carros e começaram a efetuar os disparos contra o vereador. Além do parlamentar, outras quatro pessoas também foram baleadas, sendo que duas não resistiram e morreram no local. Um deles é um criminoso que integrou a ação e o outro um cliente que estava no mesmo bar. Investigadores seguem buscando outras informações que ajudem a localizar os outros integrantes do crime.

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Em um primeiro momento a assessoria de Zico Bacana confirmou que ele tinha sido baleado e informou que ele corria risco de vida. Em torno das 21h voltaram atrás, afirmaram que o tiro tinha sido de raspão na cabeça e que o quadro do vereador era estável.

Policial militar e presidente da Comissão de Defesa Civil da Câmara, Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana, há dois anos chegou a ser chamado para prestar depoimento sobre a morte de Marielle Franco (PSOL). Na época, sua defesa afirmou que a oitiva, que durou cerca de 4 horas, foi dada na condição de testemunha. Ele também foi citado na CPI das Milícias, como suposto integrante de um grupo de paramilitares que atuavam nas favelas da Palmeirinha e da Eternit, em Guadalupe, ligação que ele também nega.

Escalada da violência política

Segundo informações reunidas pelo Disque Denúncia, 14 cidades do Estado do Rio registram milicianos e traficantes infiltrados no processo eleitoral. A pedido do GLOBO, o órgão elaborou um relatório com base em ligações recebidas pelo órgão desde o início da campanha, em 27 de setembro, até o último dia 13.

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A maior parte relata atuação de milicianos para interferir no pleito, 24 ao todo. Outras 13 apontam a influência do tráfico. Em cinco municípios, foram registradas denúncias tanto de traficantes quanto de paramilitares direcionando votos e impedindo a presença de candidatos: Rio, Itaguaí, Duque de Caxias, Belford Roxo e Niterói.

Entre os casos mais recentes de violência, apenas três dias antes do caso de Zico Bacana, uma cabo eleitoral aliada da família Cozzolino — que permaneceu à frente da Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, por quase duas décadas e agora tenta voltar — foi morta a tiros na manhã da última sexta-feira, menos de 12 horas após prestar depoimento na Polícia Federal. Renata Castro, de 38 anos, disse à PF que estava sendo ameaçada pelo vereador Clevinho Vidal (PCdoB), segundo fontes do Extra.

 

Renata Castro foi assassinada menos de 12 horas após denunciar à Polícia Federal ameaças de adversários políticos
Renata Castro foi assassinada menos de 12 horas após denunciar à Polícia Federal ameaças de adversários políticos Foto: Reprodução

 

Renata estava em casa, no bairro Fragoso, quando foi morta com ao menos 14 tiros. Para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pelo caso, a principal linha de investigação é crime político.

Até a primeira metade de outubro, mais dois casos foram registrados: no dia 15, o candidato a vereador Domingos Barbosa Cabra (DEM), de 57 anos, foi morto a tiros na noite deste sábado, no bairro do Cabuçu, em Nova Iguaçu. Ele foi alvejado por diversos disparos, realizados por homens com toucas ninjas, enquanto também estava num bar. Domingão, como era conhecido na região, chegou a ser encaminhado para a UPA de Cabuçu, porém não resistiu aos ferimentos.

Antes dele, no dia 1º de outubro, Mauro Miranda da Rocha, de 41 anos, também candidato a vereador em Nova Iguaçu, pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), foi morto a tiros no Bairro Rancho Fundo. O político levou tiros na cabeça, braço e peito. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na chegada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu.

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