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No Rio, Witzel já enfrenta 10 pedidos de impeachment e crise se agrava

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A crise política envolvendo o governador do Rio de JaneiroWilson Witzel (PSC), só agrava. Ele já enfrenta 10 pedidos de impeachment na Assembleia Legislativa (Alerj) após denúncias de corrupção em menos de dois anos de gestão. Nesta terça-feira, 2, Witzel sofreu outro duro golpe. Dois deputados do PSDB protocolaram denúncia na Mesa Diretora para afastar seu homem forte: Lucas Tristão, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais. Tristão é amigo e ex-advogado do empresário Mário Peixoto, preso na Operação Favorito. Segundo a força-tarefa da Lava-Jato, Peixoto participou de contratos fraudulentos sem licitação no governo. Os tucanos querem que Tristão fique cinco anos longe de qualquer função pública.

Pela primeira vez, a Alerj transmitiu nesta terça-feira a reunião do colégio de líderes por videoconferência. Os parlamentares demonstraram ser favoráveis à abertura de um processo de impeachment. Deputados de diferentes correntes ideológicas, da esquerda, passando pelo centro, até a direita, destacaram a independência da Assembleia no caso. “O governador nunca respeitou o parlamento, temos todas as evidências para dar prosseguimento ao impeachment e afastá-lo do cargo”, disse Filippe Poubel (PSL), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), adversário de Witzel. Thiago Pampolha (PDT) disse que o governo perdeu a legitimidade e chamou Tristão de “governador em exercício”. “Tristeza ver o governador perder a capacidade de liderar. Ele abraçou Lucas Tristão e virou as costas para o parlamento e a população”.

Para Anderson Moraes (PSL), outro aliado de Bolsonaro, o momento é de agilizar o processo de impeachment e buscar punições aos envolvidos nas suspeitas de fraudes nos contratos emergenciais para o combate ao novo coronavírus. “A Alerj precisa acelerar a responsabilização de todos aqueles que causaram prejuízos a tantas famílias. Quando você desvia da saúde, são vidas perdidas. E é isso que tem acontecido no meio de uma pandemia”, afirmou. Parlamentar que era da base do governo, Jorge Felippe Neto (PSD) também falou sobre o caso: “Não adianta o governador tentar cooptar deputados que o grito de independência será dado”, avisou o deputado, que tem a esposa nomeada no governo.

Na semana passada, o líder do governo na Alerj, Marcio Pacheco (PSC), deixou a função. Witzel, então, convidou deputados para substituir Pacheco. Por enquanto, ninguém aceitou. O vice-líder Léo Vieira também abandonou o posto. Nos bastidores, o governador tenta barrar o impeachment oferecendo secretarias e cargos de segundo e terceiro escalões aos parlamentares. O esforço, no entanto, não tem surtido efeito.

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