Getting your Trinity Audio player ready...
|
“Me informaram que abriram vagas no Hospital Pedro Ernesto e no Hospital Municipal Ronaldo Gazola, mas já tem gente esperando na fila. O que estou vendo é que uma pessoa procurando vaga na UTI está difícil até nos hospitais particulares. A situação está preocupante”, disse a família de um paciente internado há três dia em um hospital particular e aguarda a transferência para UTI.
No Hospital Municipal São José, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, chegou a faltar vaga no CTI. “Por não ter vaga nos CTIs teve dias de pacientes graves intubado estarem na enfermaria”.
Funcionários relatam ainda que o principal problema é a sobrecarga de trabalho no São José. “A situação está complicada. No começo (da pandemia) a quantidade de profissionais era muito maior, o dobro do que temos hoje. Conforme foram abaixando os casos, eles foram reduzindo a quantidade de profissionais. Agora estamos sobrecarregados, não estamos dando conta”, conta uma funcionária.
Os profissionais da unidade contaram ainda que a demanda aumentou nas últimas semanas. “Quem trabalha lá, trabalha na raça e no amor ao próximo. A demanda atual que começou a aumentar tem aproximadamente três semanas e continuamos trabalhando com o mesmo quantitativo de profissionais do período de baixa da covid”, relatou.
Ocupação dos leitos
Já na rede SUS na capital fluminense, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, há 914 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 437 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 83% e da enfermaria é de 61%.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, nas unidades estaduais do Rio, cerca de 27% dos leitos de enfermaria e 57% em leitos de UTI especializados em covid-19 estão ocupados. No total, na rede pública (que inclui a rede municipal, estadual e federal), 131 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos de internação, sendo 59 para enfermaria e 72 para UTI.
De acordo com a SES, há 352 leitos operacionais de covid-19 disponíveis nas unidades da rede estadual, sendo 191 de enfermaria e 161 de UTI.
Hospital de campanha
Preocupada com uma nova onda de Covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro recorreu para que o Município do Rio não encerre o funcionamento do hospital de campanha do Riocentro e afirmou que está monitorando de perto a fila de espera para internação no estado e no município.
Em nota, a Defensoria afirmou ainda que “foram expedidos ofícios para as unidades com leitos disponíveis para que sejam integralmente cedidos à regulação conforme determinado pela Resolução SES 2183/2020”
Rede particular
Algumas unidades da rede privada já demonstram preocupação com o aumento de casos. O Hospital Unimed-Rio informou que, em outubro deste ano – já com um viés de alta em relação aos meses anteriores -, registrou 60 internações de pacientes com covid-19, e que de 1 a 18 de novembro, foram registradas 65 internações de pacientes com a doença na unidade. A unidade dispõe de 55 leitos destinados ao atendimento da covid-19 no momento, divididos entre intensivos e não intensivos, com previsão de aumento na próxima semana. Segundo a direção, esses setores apresentam taxa de ocupação próxima dos 90%.