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Mortes por covid aumentaram 197% na última semana no Rio de Janeiro

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O número de casos de covid-19 vem subindo no Rio de Janeiro e são alarmantes. Somente nesta quinta-feira (19), foram registradas 108 mortes e 2.118 novos casos confirmados. Nos últimos sete dias, foram 12.131 novos casos e 716 mortes. Se comparados com a semana anterior (de 6 a 12 de novembro), os dados impressionam ainda mais. Houve um aumento de 197% nas mortes e 42% no número de casos. Nesta quarta-feira, foram 224 mortes, o maior índice diário de mortes desde 30 de junho. Ao todo, o Rio já tem 334.514 casos confirmados e 21.806 óbitos por coronavírus.
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro informou que há ainda 382 óbitos em investigação e 2.217 foram descartados. Entre os casos confirmados, 306.463 pacientes se recuperaram da doença. A pasta esclareceu ainda que os 108 óbitos registrados nesta quinta-feira não aconteceram todos nas últimas 24h, mas entre as semanas epidemiológicas 36 e 46. E que a divulgação tardia dos óbitos é reflexo dos seis dias em que os dados ficaram represados no sistema do Ministério da Saúde.
Nos hospitais da rede municipal, 64% dos leitos estão ocupados e 97% das UTIs já têm pacientes internados. Nas unidades, famílias e funcionários relatam falta de leitos. Até na rede particular há dificuldades. Em algumas unidades o CTI não tem respirador. A transferência também é outro entrave, já que muitos hospitais da rede privada não tem mais vagas, levando esse pacientes a tentarem uma internação em hospitais públicos, onde há fila de espera.

“Me informaram que abriram vagas no Hospital Pedro Ernesto e no Hospital Municipal Ronaldo Gazola, mas já tem gente esperando na fila. O que estou vendo é que uma pessoa procurando vaga na UTI está difícil até nos hospitais particulares. A situação está preocupante”, disse a família de um paciente internado há três dia em um hospital particular e aguarda a transferência para UTI.

No Hospital Municipal São José, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, chegou a faltar vaga no CTI. “Por não ter vaga nos CTIs teve dias de pacientes graves intubado estarem na enfermaria”.

Funcionários relatam ainda que o principal problema é a sobrecarga de trabalho no São José. “A situação está complicada. No começo (da pandemia) a quantidade de profissionais era muito maior, o dobro do que temos hoje. Conforme foram abaixando os casos, eles foram reduzindo a quantidade de profissionais. Agora estamos sobrecarregados, não estamos dando conta”, conta uma funcionária.

Os profissionais da unidade contaram ainda que a demanda aumentou nas últimas semanas. “Quem trabalha lá, trabalha na raça e no amor ao próximo. A demanda atual que começou a aumentar tem aproximadamente três semanas e continuamos trabalhando com o mesmo quantitativo de profissionais do período de baixa da covid”, relatou.

Ocupação dos leitos

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em toda a rede SUS da Região Metropolitana, que engloba a capital e municípios da Baixada Fluminense, 100 pessoas estão em processo de transferência para leitos de covid-19. Deste total, 48 são para UTI. A rede municipal tem 901 leitos destinados à covid, sendo 271 de UTI. Estão internados 585 pacientes, sendo 265 em UTI.

Já na rede SUS na capital fluminense, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais, há 914 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 437 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 83% e da enfermaria é de 61%.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que, nas unidades estaduais do Rio, cerca de 27% dos leitos de enfermaria e 57% em leitos de UTI especializados em covid-19 estão ocupados. No total, na rede pública (que inclui a rede municipal, estadual e federal), 131 suspeitos ou confirmados de coronavírus aguardam transferência para leitos de internação, sendo 59 para enfermaria e 72 para UTI.

De acordo com a SES, há 352 leitos operacionais de covid-19 disponíveis nas unidades da rede estadual, sendo 191 de enfermaria e 161 de UTI.

Hospital de campanha

Preocupada com uma nova onda de Covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro recorreu para que o Município do Rio não encerre o funcionamento do hospital de campanha do Riocentro e afirmou que está monitorando de perto a fila de espera para internação no estado e no município.

Em nota, a Defensoria afirmou ainda que “foram expedidos ofícios para as unidades com leitos disponíveis para que sejam integralmente cedidos à regulação conforme determinado pela Resolução SES 2183/2020”

Rede particular

Algumas unidades da rede privada já demonstram preocupação com o aumento de casos. O Hospital Unimed-Rio informou que, em outubro deste ano – já com um viés de alta em relação aos meses anteriores -, registrou 60 internações de pacientes com covid-19, e que de 1 a 18 de novembro, foram registradas 65 internações de pacientes com a doença na unidade. A unidade dispõe de 55 leitos destinados ao atendimento da covid-19 no momento, divididos entre intensivos e não intensivos, com previsão de aumento na próxima semana. Segundo a direção, esses setores apresentam taxa de ocupação próxima dos 90%.

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