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O pastor Silas Malafaia reuniu-se nesta quinta-feira com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Foi a primeira vez que os dois se encontraram após Malafaia criticar o presidente pela indicação de Kassio Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF). O pastor disse que os dois riram do episódio, mas ressaltou que é “aliado” e não “alienado”.
Desde que houve o episódio da nomeação do ministro do STF que eu não falo pessoalmente, presencialmente com o presidente. Estou falando com ele e a gente estava rindo. Eu falei: “não tem conversa, não, quando tiver que discordar, vou discordar”. Ele riu, falou: “você parece comigo”. Eu tenho amizade com ele fora de política — disse Malafaia, na saída da reunião.
Em outubro, Malafaia chamou a indicação de Kassio Marques para o STF de “absurda” e “vergonhosa” e se disse decepcionado com Bolsonaro. Na época, o presidente reclamou de “autoridade do Rio de Janeiro” que o criticou “com videozinhos”.
Agora, o pastor disse que o episódio mostrou que ele tem “opinião”, mas afirmou que continua amigo de Bolsonaro:
Isso prova duas coisas muito legais. Primeiro, que eu tenho opinião. Não sou alienado, sou aliado. Apoio o presidente e discordo dele. Segundo, que eu sou tão amigo dele que estou aqui conversando com ele.
Malafaia disse que tratou com Bolsonaro apenas do primeiro turno das eleições municipais e rejeitou a ideia que o presidente tenha sido derrotado, apesar da maioria dos candidatos apoiados por ele não terem sido eleitos.
Questionado sobre o segundo turno no Rio, entre o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) e o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), Malafaia ficou em cima do muro:
Eu não apoio nenhum dos dois porque sou amigo dos dois. Eu sou amigo fora do processo eleitoral, tanto de Eduardo quanto de Crivella. Eu não sou amigo “ai porque agora eu estou agora apoiando esse”. Converso com os dois fora deles serem. Então é constrangedor pra mim apoiar “A” ou “B” declarou o pastor.
Malafaia afirmou ainda que Bolsonaro não falou se vai participar da reta final da campanha e nem sobre o Rio de Janeiro, mas disse ter tirado a própria conclusão sobre o assunto:
Se o presidente apoiou um camarada no primeiro turno, como é que ele vai ficar fora do segundo? Eu não acredito.