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‘Foi uma vitória da política’, diz Paes em primeiro discurso após vencer eleições no Rio

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A nomeação dos deputados estaduais Gustavo Tutuca (MDB) e Doutor Serginho (Republicanos) para as secretarias estaduais de Turismo e de Ciência e Tecnologia, respectivamente, na última sexta-feira (27) são parte de uma estratégia do governador em exercício Cláudio Castro de consolidar uma base de apoio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O primeiro teste da base deve acontecer já na quarta-feira (02), quando a Casa vota as contas do governo do estado de 2019. Ainda como vice-governador, Castro exerceu a chefia do governo em ausências temporárias de Witzel, e precisa da aprovação das contas para evitar problemas judiciais.

Principal ponto fraco do governo de Wilson Witzel, a relação entre Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e o Palácio Guanabara passou a ser amistosa desde que Cláudio Castro assumiu o governo com o afastamento do ex-juiz pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no fim de agosto. Desde então, parlamentares de diferentes partidos destacavam a “boa vontade” da Casa com Castro. Segundo um influente deputado, no entanto, as negociações que colocaram deputados no governo buscam “cristalizar” o apoio, para evitar surpresas.

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Além de Tutuca e Serginho, o deputado Thiago Pampolha (PDT) já havia sido nomeado para a pasta do Ambiente, no início de outubro, inaugurando a ocupação de secretarias por parlamentares, o que não acontecia desde 2018, no governo de Luiz Fernando Pezão. O primeiro escalão do governo conta ainda com dois ex-deputados estaduais que tiveram mandatos em série na Alerj: Comte Bittencourt, filiado ao Cidadania, na Educação, e André Lazaroni, do MDB, que é o responsável pela articulação política na secretaria estadual de Governo.

Orçamento de 2021

Depois da votação das contas de 2019, que entram em pauta na próxima semana, a votação da Lei Orçamentária de 2021, prevista para o dia 17 de dezembro, será o principal teste para a articulação política de Castro. Com quase quatro mil emendas apresentadas pelos deputados, a unidade da base governista será decisiva para barrar modificações que não sejam de interesse do governo na lei que define todos os gastos do estado em 2021.

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Outro projeto de interesse de Castro é a chamada reforma administrativa, que já vem sendo discutida nos bastidores com a Alerj. O governo pretende extinguir e fundir órgãos estaduais, entre outras inciativas, para enxugar a máquina e reduzir gastos. O projeto deve ser enviado para o Legislativo até o final do ano. O tema, no entanto, mexe com bases eleitorais dos deputados, e deve ter uma negociação mais difícil, mesmo com a nomeação de parlamentares em secretarias.

“Novo momento”

Um dos líderes da bancada de oito deputados bolsonaristas e ferrenho opositor de Witzel, o deputado Doutor Serginho fez uma live na sexta-feira, em que falou sobre o trabalho à frente da Ciência e Tecnologia e garantiu que vai atuar sem direcionamento ideológico. A pasta, que foi ocupada pelo suplente do senador Flávio Bolsonaro, Leonardo Rodrigues, alvo de buscas  na Operação Tris in Idem, é uma das maiores do estado, responsável pelas universidades estaduais e escolas técnicas.

Todos sabem que fui o primeiro deputado a denunciar o governador Wilson Witzel. Nós começamos a vivenciar um novo momento do estado, que precisa de estabilidade política — afirmou.

A lista eclética de deputados no governo, que inclui do PDT a bolsonaristas, pode ganhar mais um integrante. Segundo fontes da Assembleia, o deputado Bruno Dauaire (PSC) deverá ser nomeado para a pasta de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos nos próximos dias.

Segundo uma fonte ligada ao governo, a estratégia de nomear os próprios deputados, e não pessoas indicadas por eles, como chegou a acontecer no governo Witzel, tem o objetivo de dar transparência às negociações e ampliar a cobrança em caso de erros. A avaliação é de que a indicação de aliados fazia com que parlamentares colhessem apenas os frutos positivos, deixando problemas na conta do governador.

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