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Witzel e Crivella terão encontro nesta sexta-feira para buscar solução para os hospitais municipalizados

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O governador Wilson Witzel colocou panos quentes na polêmica com o prefeito Marcelo Crivella que deseja devolver ao estado os hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria, ambos na Zona Oeste do Rio. Witzel prometeu auxiliar a prefeitura com recursos financeiros e disse ter no prefeito um “bom amigo”. Witzel e Crivella tem um encontro marcado para esta tarde no Palácio Guanabara e estudarão uma solução para as unidades. Segundo o governador, o o governo estadual prometeu repasses de R$ 6 milhões mensais ao município para ajudar no custeio das unidades, mas depende da assinatura de um convênio. A expectativa é que o acordo seja firmado nos próximos dias.

Quando um amigo faz uma crítica a outro amigo a gente tem que avaliar. A gente tem uma boa relação. Hoje o prefeito estará conosco para achar uma solução. E vamos achar. Um irmão estendendo a mão para outro. Em razão do tipo de hospital talvez não seja a melhor opção a devolução. Existe um débito que foi reconhecido judicialmente. Estamos ajudando o município em todas as questões. Os hospitais não vão parar. Talvez a devolução não seja a melhor opção. Hoje existe um débito judicial que vamos pagar o que tiver pra pagar, dentro das nossas possibilidades. E independentemente do pagamento dessas dívidas, eu prometi investimentos na área de saúde ao prefeito — afirmou Witzel nesta sexta-feira.

O prefeito, na tarde de quarta-feira, no entanto, garantiu que o município não vai deixar as unidades antes de o estado assumir. Segundo o prefeito, cada unidade custa em média R$ 200 milhões ao ano e, segundo Crivella, o ideal seria que a conta fosse dividida meio-a-meio entre as duas esferas de governo.

Jamais vamos deixar o hospital sem as nossas equipes, mas precisamos de união,  precisamos de ajuda — concluiu.

O governador então questionou ao secretário estadual de saúde, Edmar Santos, quanto já foi repassado este ano à gestão municipal do Rio. A resposta ouvida foi de que apenas R$ 10 milhões neste ano e não agradou Witzel:

— Independente da dívida a ser paga eu já tinha prometido ao prefeito Crivella R$ 6 milhões por mês, só falta assinarmos o convênio. É uma questão de dias para resolver. Esse ano foram passados dez milhões. É pouco, mas vamos passar mais. Saúde é prioridade. Avisei ao prefeito Crivella para não ficar preocupado. Os problemas da capital nós iremos resolver também. Eu e o prefeito do Rio temos uma boa relação, somos bons amigos — complementou.

Investimentos e problemas no Hospital da Posse

Poucos minutos antes, Witzel prometera mais R$ 30 milhões para o dia 30 de novembro, destinada ao Hospital da Posse. O governador realizou uma visita na manhã desta quinta-feira no Hospital Geral de Nova Iguaçu, o Hospital da Posse. Nos corredores, o governador encontrou acompanhantes sentados em cadeiras de praia e nas escadas da unidade.

— Vou destinar mais recursos para o hospital. Só que não quero ver ninguém mais sentado em escadinha, cadeira de praia. Faço esse pedido para colocarmos uma cadeira decente para os acompanhantes dos doentes — exigiu Witzel.

 

Crivella dá prazo de 90 dias

O prefeito Marcelo Crivella deu um novo prazo de 90 dias para que o governo do estado assuma os hospitais Rocha Faria e Albert Schweitzer, municipalizados na antiga gestão. O anúncio foi feito na tarde de quarta-feira no Palácio da Cidade, em Botafogo. Em ofício enviado ao governador Wilson Witzel esta semana, o município deu, a princípio, um prazo menor, de 30 dias — o que Crivella já define como “notícia velha”.

A minha Secretária de Saúde com o secretário do estado estão se reunindo o tempo todo. O prazo foi dado de 90 dias e estamos esperando. Quem sabe, o governo do estado possa nos ajudar e a gente possa continuar com os hospitais municipalizados. Mas não é bom a gente fazer tudo sozinho, porque quem faz tudo sozinho não faz bem feito — afirmou Crivella. Entenda o caso:

O prefeito Marcelo Crivella enviou um ofício ao governador Wilson Witzel dando um prazo até o dia 23 de outubro para que o estado reassuma os hospitais Albert Schweitzer e Rocha Faria . No documento, remetido ao Palácio Guanabara na última quarta-feira, Crivella afirma que rescindiu, de forma unilateral, um convênio celebrado entre o ex-prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Luiz Fernando Pezão, em 2016, sob a alegação de que o estado não fez os repasses previstos. Witzel, contudo, não está disposto a reassumir as unidades.

Como justificativa, Crivella cita o fato de o Estado não ter devolvido R$ 57 milhões repassados para ajudar na administração dos hospitais, em 2015. Essa era uma das cláusulas do convênio de municipalização. Para a prefeitura, esse descumprimento possibilita a rescisão unilateral do acordo. A prefeitura do Rio cobra ainda repasses mensais de R$ 6 milhões prometidos por Witzel em junho, numa entrevista coletiva.

Witzel respondeu nesta quinta-feira que não podia pagar a dívida pois ela está com um efeito suspensivo na Justiça.

— Dinheiro para saúde tem. Tem que bater os 12%, já falei. Sobre a dívida a questão é que ela está com efeito suspensivo, então não posso pagar. A partir do entendimento da Procuradoria Geral do Estado de que tenhamos de pagar qualquer questão judicial, nós pagaremos — afirmou o governador.

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