Getting your Trinity Audio player ready...
|
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, por meio da sua subdiretoria de Cultura numa parceria com o Museu da República e o Templo da Humanidade (Igreja Positivista do Brasil), vai inaugurar nesta terça-feira (17/12), às 18h, no salão nobre do Palácio Tiradentes, a exposição ‘Tríades Republicanas: 130 anos da Proclamação da República’, em que exibirá pela primeira vez, simultaneamente, as três primeiras bandeiras do Brasil republicano.
A primeira delas, considerada a ‘Bandeira Militar’, é, muito provavelmente, a menos conhecida. Dois dias após a proclamação da República, Custódio José de Melo, comandante do cruzador Almirante Barroso, da Marinha Brasileira, que estava no Sri Lanka em uma missão de volta ao mundo recebeu um telegrama notificando-o dos fatos e com a ordem de substituir na bandeira imperial hasteada na embarcação a coroa por uma estrela vermelha até receber a bandeira definitiva. O que só veio a acontecer cinco meses mais tarde, em 08 de abril de 1890.
Já a “Bandeira Liberal”, com listras em verde e amarelo, muito semelhante à bandeira dos Estados Unidos, foi hasteada no vapor “Alagoas”, que levou a Família Imperial para o exílio, no dia 17 de novembro. Finalmente, a primeira bandeira da República, ou a “Bandeira Positivista” com o desenho conhecido nos dias de hoje, teria sido confeccionada pelas filhas de Benjamin Constant e oferecida à Escola Superior de Guerra em 1890.
Além das bandeiras serão expostas mais duas tríades: os bustos do artista Décio Villares, representando a tríade cívica positivista: Tiradentes, José Bonifácio e Benjamin Constant; a urna que elegeu o marechal Deodoro da Fonseca na Assembleia Constituinte de 1891, que na verdade era uma papeleira do imperador; a urna de lona usada em meados do Século XX e a urna eletrônica dos dias atuais.
A compreensão desses símbolos e de seus conteúdos nos impulsiona a construir um olhar sobre os ideais e permite entender quais as ideias de povo, nação e sociedade se encontravam em jogo para os republicanos na virada dos Séculos XIX para XX e de que forma permaneceram ao longo de 130 anos de República. Partindo da concepção das tríades na construção da narrativa republicana, a exposição busca se alicerçar exatamente neste ponto: apresentar os tripés de símbolos nacionais, abrangendo a luta pelas suas diversas representações até as suas recepções nos dias atuais.
“Essa exposição representa a evolução e a ressignificação da história da participação política do Brasil, da Proclamação da República ao dias atuais. E marca também o início de um processo que levará à consolidação do Palácio Tiradentes como o equipamento cultural da cidade a partir do ano que vem, com a mudança de endereço da Assembleia, quando se tornará a “Casa da Memória Histórica da Política Brasileira”, afirmou o diretor de Cultura da Alerj, Nelson Freitas.
Segundo o deputado André Ceciliano, presidente da Alerj, o compromisso da Casa é promover o acesso da população às principais fontes de conhecimento guardadas na memória nacional que fazem parte dos ideais de construção da nossa democracia: “Nesse contexto, o Palácio Tiradentes desempenhou um papel relevante na construção de um Brasil politicamente independente e sustentável”.
Serviço:
Tríades Republicanas: 130 anos da Proclamação da República
Data: de 17 de dezembro de 2019 a 08 de março de 2020.
Horário: 18h
Local: Salão Nobre do Palácio Tiradentes – Rua Primeiro de Março S/N – Centro.