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Na última sexta (15), o prefeito Marcelo Crivella anunciou que a capital fluminense tinha registrado, pela primeira vez desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, uma redução na curva de contágio da Covid-19. A queda, no entanto, se acentuou ligeiramente durante o fim de semana, atingindo o índice de 0,041 neste domingo (17), segundo o economista e professor do IMBEC Thiago de Moraes Moreira, à frente do gráfico da velocidade da curva. De maneira muito simplificada, seu método leva em consideração o número acumulado de contaminados no Rio para calcular o quanto o exponencial vem crescendo em pontos percentuais. Segundo o especialista, o cálculo, atualizado diariamente, sempre faz referência aos catorze dias anteriores, período que caracteriza o ciclo da doença.
“É importante reforçar que qualquer queda nesta curva é significativa, excelente. Afinal, uma semana atrás estávamos com um coeficiente de 0,06. Atualmente, atingimos o 0,041. Mas, nem de longe, significa que podemos pensar em retomar as atividades normais. Quem respeita a quarentena deve saber, sim, que esse esforço coletivo tem feito toda a diferença no resultado. Algumas medidas adotadas pelas autoridades no início da pandemia estão surtindo efeito agora. No entanto, essa velocidade não pode estagnar. Estamos muito longe do patamar satisfatório, que é de 0,01 (leia-se 1%). E quanto mais baixa essa curva de propagação estiver, mais teremos de nos esforçar para que ela caia”, explica o economista Thiago de Moraes Moreira.
O próprio Crivella, na sexta (15), atribuiu a queda às medidas de isolamento e de bloqueios mais rígidos, nos últimos dias. Segundo ele, não é hora, em hipótese alguma, de afrouxar as medidas de isolamento social. “Alerto que a situação é mais ou menos como um regime, em que a pessoa tem 1m70 e pesa 100 quilos, mas quer voltar para os 70. Perder os primeiros 20 quilos é fácil, mas para os últimos 10, a luta é grande”, comparou.
Para Thiago de Moraes Moreira, este momento atual é crucial na contenção da pandemia. “O ponto que mais me preocupa no momento é com relação ao número de óbitos. A taxa de letalidade chegou a um nível muito alto no Rio (14, 2%), mais que o dobro da média nacional (6,7%. Isso é muito sério. Embora o contágio esteja caindo, as pessoas estão morrendo muito, o que leva a uma situação de muita atenção. Mais do que nunca, quem puder deve ficar em casa”, reitera o especialista.