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A cirurgia de correção dehérnia incisional , pela qual o presidente Jair Bolsonaro será submetido no próximo domingo, é um procedimento de médio porte — por envolver ambiente cirúrgico, abertura abdominal e anestesia geral — e bem comum em pessoas que passaram por múltiplas incisões na mesma região. Especialistas afirmam que este procedimento é o menos complexo se comparado com outros três que ele precisou realizar desde que tomou uma facada durante a campanha presidencial no ano passado.
A hérnia ocorre quando há um defeito na parede abdominal, provocando uma abertura anormal que possibilita que um órgão desta cavidade passe para o compartimento próximo à pele — diz o cirurgião do aparelho digestivo Raphael Araujo.
No caso da hérnia incisional , o problema é causado pelo enfraquecimento muscular da região que foi operada. Quanto mais cirurgias na mesma área, maior é a chance de apresentar a condição. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal, o problema aparece em cerca de 12% das incisões realizadas. No ano passado, foram realizadas 23.850 cirurgias de correção de hérnia incisional no Sistema Único de Saúde apenas no ano passado, segundo números do Datasus.
— Quando a parede abdominal é cortada por qualquer motivo, acicatrização não devolve complemente a força daquele músculo. Com os esforços do dia a dia, como levantar da cama ou carregar peso, esta região enfraquecida pode se afastar e uma parte do intestino, por exemplo, vir para fora e formar um ambulamento (uma espécie de bola na barriga) — detalha Saulo Gontijo, cirurgião geral e plástico do Hospital municipal Ronaldo Gazolla.
A cirurgia é a única forma de corrigir a hérnia incisional. Além de trazer resultado estético, o procedimento impede possíveis agravamentos da situação, como explica Leonardo de Mello Del Grande, gastrocirurgião do Hospital Edmundo Vasconcelos: