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Foragido da Lava-Jato, ‘Rei Arthur’ é preso nos EUA e deverá ser deportado

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Investigado e considerado foragido pela força-tarefa da Lava-Jato no esquema de compra de votos na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos de 2016, o empresário Arthur Soares, conhecido como ‘ Rei Arthur ‘, foi preso nesta sexta-feira em Miami, nos Estados Unidos. Ele estava foragido desde setembro de 2017 e constava da lista de procurados da Interpol . A informação foi confirmada ao GLOBO pelo Ministério Público Federal (MPF). Ele deverá ser deportado nos próximos dias.
Arthur Soares era alvo de um pedido de extradição feito pelo MPF às autoridades americanas em 2017. À época, o empresário foi acusado, na Operação Unfairplay , de pagar propinas a membros do Comitê Olímpico Internacional ( COI ) para que o Rio fosse eleito sede dos Jogos Olímpicos de 2016 . O governo dos EUA, porém, não havia antendido o pedido do Brasil.
Entenda: Procurado por propina olímpica, ‘Rei Arthur’ é acusado de ter pago R$ 10 milhões a Cabral
Arthur Soares teria sido preso porque esgotou-se o prazo do visto . Como há um pedido de extradição encaminhado pela força-tarefa há mais de um ano nos EUA, sem que qualquer providência tivesse sido tomada, os investigadores apostam na tese da deportação.
A defesa de Arthur Soares disse ao GLOBO que empresário foi equivocadamente detido por não portar a documentação necessária para renovação do seu visto. “Ressaltamos que as providências burocráticas já foram tomadas e que Arthur será liberado, dada a sua regular situação naquele pais.”
Sérgio Cabral: Rei Arthur repassou R$ 6 milhões para campanha de Eduardo Paes via caixa dois
Em agosto, “Rei Arthur” foi localizado nos EUA pela reportagem do “Fantástico”, da TV Globo . O “Rei Arthur”, vivendo em uma residência na ilha de Miami Beach , na Flórida. Segundo a reportagem, o empresário levava uma vida com hábitos de luxo e circula livremente pelas ruas.

Propina olímpica
Dono do grupo Facility, Arthur Soares era um dos principais prestadores de serviços terceirizados no governo Sérgio Cabral, em áreas como limpeza, segurança, alimentação e saúde. Segundo investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ), a Facility participava de licitações fraudadas e depois repassava valores dos contratos, de forma ilícita, a autoridades do Legislativo e do Executivo fluminense. Os contratos do empresário com o governo do Rio chegaram a totalizar R$ 3 bilhões na gestão de Cabral.
Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, em julho deste ano, Cabral admitiu ter comprado votos para a candidatura olímpica do Rio, no valor de U$ 2 milhões. O ex-governador disse que pediu a Arthur Soares que combinasse o pagamento com Leonardo Gryner, braço-direito do então presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman. Segundo Cabral, a verba seria descontada do “crédito” que tinha com o empresário — isto é, de parte das propinas que o ex-governador receberia do “Rei Arthur”.
O acerto do pagamento ocorreu, segundo o MPF, em Paris, em setembro de 2009, dias antes do evento que ficou conhecido como “Farra dos Guardanapos”.
No processo em que prestou depoimento, Cabral é acusado de receber US$ 10,4 milhões em propina de “Rei Arthur”, entre março de 2012 e novembro de 2013, e ocultar o valor no exterior, além de ter recebido um total de R$ 1 milhão no Brasil entre 2007 e 2011. De acordo com o MPF, o pagamento era feito no país com entregas de recursos em espécie, celebração de contratos fictícios com membros da organização criminosa e pagamento de despesas pessoais. Cabral negou a acusação e disse não ter contas no exterior, a não ser a que encerrou em 2003.

 

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