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Senhas de papel, longas horas de espera para obter um documento ou comprovante, idas e vindas a departamentos e balcões. Tudo isso faz parte de uma rotina que, aos poucos, vai sendo abandonada por quem precisar ter acesso a serviços governamentais. Documentos de identificação, consultas a processos, registro de ocorrência policial e até acompanhamento do boletim escolar dos filhos, entre muitos outros, estão ao alcance de um clique.
Diálogos RJ: autoridades e especialistas, as vantagens e os desafios da governança digital, veja como se inscrever
Em que pesem os bons resultados, há desafios importantes a serem vencidos na busca pela universalização dos serviços digitais no país. Melhorar a infraestrutura de telecomunicações e ampliar a integração digital entre as diferentes áreas e esferas de governo são dois exemplos. Amanhã, às 9h30, o Diálogos RJ, realizado pelo GLOBO, receberá autoridades e especialistas para discutir as vantagens e os desafios da governança digital. O debate, mediado pelo colunista Pedro Doria, é aberto ao público e tem inscrição gratuita.
O Brasil ocupa a 12ª posição no ranking das Nações Unidas de 2022 que mede a amplitude da oferta de serviços digitais no mundo. Já o Estado do Rio de Janeiro conquistou o terceiro lugar geral no índice de maturidade em segurança da informação no levantamento divulgado no ano passado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais e Públicas de Tecnologia da Informação e Comunicação (ABEP-TIC). Em 2021, o estado estava na 16ª posição.
Um dos cinco grandes desafios que temos é buscar uma integração federativa para que de fato a gente tenha um processo de transformação digital que atinja estados e municípios. Nós temos cerca de 4,2 mil serviços que foram digitalizados. Isso representa 90% do total de serviços passíveis de digitalização no âmbito federal. Porém ainda temos apenas 44% dos estados com uma estratégia de governo digital — explica Rogério Mascarenhas, secretário de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
100% de digitalização
O Rio tem um papel de destaque neste contexto. Criado há dois anos, o Programa RJ Digital já oferece cerca de 2,5 mil serviços e o objetivo é chegar a 100% de digitalização até 2026, como informa Mauro Farias, secretário estadual de Transformação Digital.
O desafio é a gente digitalizar cada vez mais os processos, transformar a tramitação dos serviços para que ela seja 100% digital. E tudo isso tem que ser feito com muito investimento em segurança e na proteção aos dados do cidadão. Estamos numa fase de levar o RJ Digital aos municípios. Somos pioneiros no Brasil neste sentido e consideramos que é algo fundamental fazer a transformação digital — diz Farias.
Os avanços do Rio na área são reconhecidos pelo governo federal.
—O Rio é quarto na emissão da nova carteira de identidade, por exemplo, que é um dos pilares da política de digitalização, exatamente por compreender que ela é muito mais que só um documento de identificação, mas também um habilitador para este mundo digital. O Rio é um expoente, tem uma posição de absoluto destaque nesse processo— atesta Rogério Mascarenhas.
Cinco pilares
Ao todo, são cinco os pilares do programa nacional de digitalização: identificação, o fortalecimento do “hub” de serviços Gov.br, descentralizar para os estados não ficando apenas no âmbito federal, integração das diferentes bases de dados e segurança.
O Diálogos RJ será realizado no auditório da Editora Globo, localizado na Rua Marquês de Pombal 25, no Centro. As inscrições podem ser feitas neste link. Serão dois painéis. O primeiro, intitulado “Integração com a União e exemplos de sucesso”, terá a participação dos secretários Rogério Mascarenhas e Mauro Farias, além de Vanessa Campagnac, gerente de Comunicação do Republica.org; Eduardo Benchimol, head de Setor Público da Estônia Hub, e Manuel Bonduki, gestor público federal e professor na área de Inovação no Insper.
O segundo painel terá o tema “Conexão e informação: as dificuldades para incluir o cidadão”, com a participação de Flávio Rodrigues, presidente do Proderj; Fábio Queiróz, cofundador da Rio Innovation Week; Claudia Cappelli, professora do Instituto de Matemática e Estatística da Uerj; Luciana Portilho, pesquisadora do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, e Luciene Mourão, presidente da Comissão de Estudos para Aprimoramento da Gestão Pública da OAB/RJ.