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Durante uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o corregedor da Polícia Civil, o delegado Glaudiston Galeano Lessa, afirmou que durante as investigações decorrentes da operação Os Intocáveis II, a delegada Adriana Belém, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), poderá ser afastada do cargo. Belém não é investigada, mas Polícia Civil e o MPRJ acreditam que as investigações comandadas pela delegada podem ter sido influenciadas.
O Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que dois investigadores da 16ª DP atuaram para atrapalhar investigações que envolviam a milícia que atua no Rio das Pedras e na Muzema, na Zona Oeste. Se houver indícios da participação da titular no curso das investigações, ela poderá ser afastada. Isso vai depender. Já os dois policiais civis poderão ser demitidos e o outro policial aposentado poderá perder o benefício — disse Lessa. Um dos presos é José Luiz Camilo Alves. Ele era responsável pelas investigações sobre as construções irregulares na Muzema. O grupo criminoso que atua no local lucra com construção de imóveis e empreendimentos comerciais.
De acordo com o MP, Alves — preso em casa — também foi flagrado em uma “intensa sequência de diálogos” com Ronnie Lessa, acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes junto com Élcio de Queiroz.
Já Alex Fabiano Costa de Abreu, é acusado de receberer propina para não investigar crimes do grupo paramilitar. Abreu foi preso em Teixeira de Freitas, na Bahia, quando voltava para o Rio. Ele estava de férias.
A ação desta quinta foi batizada de Os Intocáveis II e é um desdobramento da operação Os Intocáveis, realizada em 22 de janeiro de 2019. Naquela ocasião, treze pessoas foram denunciadas por organização criminosa e apreendidos documentos e aparelhos eletrônicos. Esse material foi analisado e foram identificados novos suspeitos de participação na milícia.