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Rio de Janeiro

Morre, aos 100 anos, Carlos Carvalho, fundador da construtora Carvalho Hosken

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Carlos Fernando Carvalho, dono da construtora Carvalho Hosken faleceu neste sábado (10), aos cem anos, deixando um legado imobiliário na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Foi ele o responsável pelo desenvolvimento de bairros planejados como Península, Rio2, Ilha Pura, Centro Metropolitano, entre tantos outros espalhados por regiões nobres da cidade do Rio, como o Quintas e Quintais e o Village São Conrado. O velório será nesta segunda, das 10h às 13h, no Crematório da Penitência.

O empresário ficou conhecido por transformar a região árida da Barra em uma nova Miami para os cariocas após investir na área como reduto de moradores das classes média e alta. Carlos Carvalho ou Dr. Carlos, como era chamado entre parceiros de negócio, fundou a empresa em 1951 e logo assumiu a posição de pioneiro no investimento da Zona Oeste ao comprar terras a baixo custo para levantar projetos residenciais e comerciais.

Durante os anos 1970 foram cerca de dez milhões de metros quadrados adquiridos na região da Baixada de Jacarepaguá. O movimento mudou o foco da empresa, que antes tinha como eixo empreendimentos na Zona Sul do Rio e no entorno de Brasília. Foi aí então que surgiram projetos como o Hotel Hilton, o Ilha Pura, que funcionou como vila olímpica para os atletas durante a Rio 2016, o Atlântico Sul, condomínio onde o empresário morou com a família, em uma cobertura e outros sucessos como o Península.

Segundo cálculos da construtora, a Carvalho Hosken lançou cerca de 20 mil unidades onde moram cerca de 80 mil pessoas. Ainda de acordo com o relatório do Sindicato dos Condomínios (Secovi) a estimativa é que os proprietários paguem o equivalente a R$120 milhões de IPTU por ano.

De todos os projetos de sucesso conduzidos por ele, Carlos Carvalho chegou a revelar que o seu preferido era o Península. O condomínio saiu do papel lentamente. Primeiro, a Carvalho Hosken construiu um empreendimento voltado a moradia popular, para reassentar moradores da antiga favela do Via Parque, nos anos 1990. Depois, a empresa negociou com o Ministério Público um plano de recuperação ambiental para o entorno enquanto trabalhava no licenciamento da obra.

Para tirar a ideia do papel, o empresário adquiriu uma área de 780 mil metros quadrados em 1978, região do tamanho do Leblon, às margens da Lagoa da Tijuca. As obras começaram em 1995 e deram origem ao empreendimento com 57 prédios para a classe média.

Em 2015, o empresário foi apontado pela agência Bloomerang como o 13º homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de 4,2 bilhões de dólares. No mesmo ano, ele também se envolveu em uma polêmica ao dizer em entrevista ao The Guardian e à BBC Brasil que o Ilha Pura deveria ser moradia nobre e não para os pobres, já que a Barra representava um novo Rio de Janeiro. Depois, alegou que foi mal interpretado.

Em 2021, Carvalho deixou a presidência da empresa, sendo sucedido por Carlos Felipe, de 46 anos, o caçula de seus quatro filhos. Mesmo após sua aposentadoria, o empresário ainda frequentava a sede da empresa, na Avenida das Américas e continuou presidindo o conselho de duas a três vezes por semana, se inteirando de detalhes sobre novos projetos da Carvalho Hosken.

O engenheiro deixa esposa, filhos, netos e bisnetos.

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