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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, questionou nesta quarta-feira a legitimidade da apuração da eleição presidencial dos Estados Unidos. Com um discurso alinhado ao do presidente Donald Trump, Eduardo compartilhou uma mensagem em que acusa, sem provas, a existência de uma fraude na contagem de votos enviados pelo correio, que são majoritariamente favoráveis a Joe Biden.
Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, compartilhou publicações de Bernardo Küster, blogueiro investigado no inquérito que apura notícias falsas e ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF). “Se isto não é fraude, não sei o que é”, escreveu Küster, questionando o aumento no números de votos para Biden no estado do Michigan. “Estranho…”, escreveu Eduardo.
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Mais cedo, seu pai disse que estava torcendo por uma vitória de Trump:
— Preferência, acho que todo mundo tem, e não vou discutir com ninguém. Quem é democrata, quem por ventura torce por republicanos. Vocês sabem a minha posição, (é) clara, e isso não é interferência. Tenho uma boa política com o Trump, espero que ele seja reeleito. Espero, né — disse o presidente a apoiadores, no Palácio da Alvorada.
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Diante da pandemia da Covid-19, um número recorde de americanos votou antecipadamente, em uma tentativa de evitar aglomerações no dia da eleição. Ao todo, quase 101,2 milhões de pessoas votaram antecipadamente, 65,2 milhões delas por correio. A modalidade, segundo o Projeto Eleição nos EUA, é maciçamente preferida por democratas, enquanto republicanos tendem a comparecer às urnas presencialmente.
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Em muitos estados, os votos pelo correio só puderam ser processados a partir do dia da eleição. As primeiras parciais que foram divulgadas eram amplamente favoráveis a Trump, diante do peso dos votos presenciais, que tendem a ser republicanos — criando a chamada “miragem vermelha”. Entretanto, conforme os votos pelo correio foram contabilizados, a a votação de Biden nesses locais aumentou.
Deputado critica rede social
Eduardo também criticou o Twitter por classificar como enganosas as mensagens em que Trump, sem provas, diz que há uma tentativa de fraudar a eleição. “Trump fez um tweet suspeitando de fraude na eleição dos EUA. O Twitter deletou o tweet. Este tipo de tweet viola as políticas do Twitter? Qual ameaça este tipo de tweet traz??? Censura?”, questionou o deputado.
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Apesar de declaração do Eduardo, o Twitter não apagou as publicações de Trump, mas sim colocou um alerta antes de permitir sua visualização por usuários. A rede social disse que a mensagem de Trump violou sua política de integridade cívica, que proíbe “informações não verificadas sobre fraude eleitoral, adulteração de votos, contagem de votos ou certificação de resultados eleitorais”. O Facebook usou a mesma classificação.
Criticado por interferência
Em julho, Eduardo Bolsonaro foi criticado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Estados Unidos por um vídeo da campanha à reeleição de Trump. O deputado democrata Eliot Engel pediu que a família Bolsonaro ficasse “fora” da eleição presidencial americana.