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A vereadora Teresa Bergher (PSDB) prepara um novo pedido de impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB) e quer protocolar o documento na Casa já nesta terça-feira (3) — mesmo correndo o risco de ser impedida de votar caso o plenário seja convocado a decidir se aceita a denúncia, como já aconteceu com Átila Alexandre Nunes (MDB).
A bélica baseia o documento nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro: o órgão apura a existência de um suposto “QG da propina” na prefeitura, comandado por Rafael Alves, irmão do presidente da Riotur.
O procedimento foi instaurado depois que o doleiro Sérgio Mizhay, preso pela operação Câmbio, Desligo no ano passado, fechou uma colaboração premiada, homologada pelo Tribunal de Justiça do Rio.
Teresa Bergher também pretende denunciar o colega Paulo Messina (PSD) ao Conselho de Ética, já que o vereador — atualmente, um feroz opositor do prefeito — era o chefe da Casa Civil durante o período abarcado pela delação.
“É caso para abertura de processo de impeachment. A Câmara tem que se pronunciar e, como tínhamos à frente da prefeitura um vereador, o Conselho de Ética da Casa também deve se manifestar. Não é hora para o Legislativo silenciar. Sempre ouvíamos comentários da influência do irmão do Marcelo Alves na prefeitura. Inclusive havia o boato de que ele tinha sala dentro da Riotur, de onde despachava seus negócios”, diz ela.
Se o presidente da Casa, Jorge Felippe (MDB), levar o caso ao plenário, será a terceira vez neste mandato que os nobres votam pela abertura ou não de processo.
A primeira denúncia, rejeitada, foi protocolada depois do encontro entre o prefeito e líderes evangélicos, no qual foram oferecidas cirurgias de catarata e ajuda na isenção de IPTU a templos.
Já a segunda seguiu adiante, e uma comissão de impeachment foi constituída. No final, entretanto, a comissão se posicionou contra a responsabilização de Crivella na renovação do contrato de concessão do mobiliário urbano para agências de publicidade.