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Investigado, Pastor Everaldo é articulador em ascensão no Rio e dá as cartas na política de Witzel

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O decantado vazio de lideranças políticas no Rio, quase todas varridas pela Lava-Jato , levou à ascensão um articulador antigo nos bastidores do poder. Nos primeiros meses de governo Wilson Witzel (PSC), o pastor Everaldo Dias , que teve apenas 0,75% dos votos nas eleições presidenciais de 2014, tem dado as suas cartas. Com espaço amplo na gestão, o presidente do PSC tem parte da Cedae, o Detran e emplacou o filho, Filipe Pereira, como assessor especial do governador.

O homem que teve bom trânsito com os principais líderes políticos brasileiros nos últimos anos, muito por sua influência como líder evangélico, surfou na onda da nova política, adotou a candidatura do ex-juiz Witzel quando ele aparecia com apenas 1% das intenções de voto, e hoje se tornou um articulador da relação com o Legislativo do Rio — o velho modo de composição entre poderes. Nas mãos, dois mapas eleitorais: o do Rio e o nacional. A efervescência do ano eleitoral fez com que Everaldo, que não tem cargo oficial no Palácio Guanabara, criasse um cronograma militar de dez minutos de espera para cada parlamentar em busca de recursos ou cargos para suas bases.

O número de pedidos aumentou depois do fracassado ultimato do senador Flávio Bolsonaro, presidente do PSL no Rio, para que parlamentares do partido deixassem a base do governo e secretários, seus cargos. Não surtiu efeito.
Apesar da boa relação com o PSC, a crise recente do presidente Jair Bolsonaro com o PSL, que pode culminar com sua saída do partido, pode levar o governador para outro caminho. A ala do partido ligada ao deputado Luciano Bivar (PSL-PE) sonha com o nome de Witzel para o Planalto.

Enquanto nutre ambição de ampliar o número de prefeitos pelo país (hoje são 29) e organiza campanhas de filiação ao PSC, Everaldo vive uma celeuma em seu partido. A Polícia Federal (PF) investiga se o pastor usou a influência na sigla para promover a prática da “rachadinha”, na qual funcionários são obrigados a devolver parte de seus salários. A acusação foi feita em abril deste ano à PF pelo ex-presidente nacional do PSC Victor Jorge Abdala Nósseis. Ele, no entanto, não apresentou provas. Nósseis sustenta ainda que Everaldo teria recebido dinheiro público de políticos e empresas condenadas na Lava-Jato, em acusações formalizadas ao então juiz Sergio Moro e ao Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba.

 

 

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